Pirenóplis recebe fotógrafos e apaixonados por fotografia.
O projeto POR QUE EU FOTOGRAFO? esteve presente no Photo Pirenópolis.
A base deste projeto é que os fotógrafos façam um exercício de reflexão e expliquem suas motivações para usarem a fotografia como sua forma de expressão.
No espaço da Casa de Câmara e Cadeia, aconteceu a exposição coletiva com participação de 40 fotógrafos. Em cada fotografia seu autor explica suas relações existenciais com a fotografia, suas paixões, o trabalho e seus objetivos.
Na noite de sábado, dia 29, representantes do projeto POR QUE EU FOTOGRAFO? promoveram com a partipação intensa do público presente, um enriquecedor debate baseado nas frases dos fotógrafos partipantes do projeto.
Na mesa mediadora dos trabalhos estavam os fotógrafos Roberto Castello, Patrick Grosner, Eraldo Perez, Rinaldo Morelli, tendo ainda como convidados Walter Firmo e Michael Ende.
Segue relato/depoimento de Usha Velasco, fotógrafa, artista e membro do grupo Ladrões de Alma
"O debate sobre Por Que Eu Fotografo? foi, na minha modesta porém sincera opinião, o ponto alto do Photo Pirenópolis 2008.
Esperávamos contar com vinte ou trinta pessoas, mas tivemos setenta participantes. Uma grata surpresa, especialmente se levarmos em conta que foi um evento de pequenas proporções.
Em função do espaço (o Cine Pireneus) e das características do evento, nós preparamos antecipadamente uma nova dinâmica interativa, diferente do primeiro debate, realizado em agosto deste ano. Entremeando as discussões, projetamos todas as fotografias do Foto-Grama, mostrando um apanhado diferente daquele que ficou exposto na Casa de Câmara e Cadeia.
As fotografias e suas respectivas frases (as respostas para Por Que Eu Fotografo?) foram divididas em seis grandes temas: expressão pessoal; memória e documentação; reinventar a realidade; interface com o mundo; ver um mundo mais intenso; escape-terapia-compulsão. Esses temas foram o ponto de partida para a discussão, ancorada sempre nas frases de cada participante do PQEF.
Levamos todas as frases recortadas e dobradas, dentro de um saquinho. Elas foram sorteadas pela platéia. Quem tirava uma frase lia e comentava, enquanto olhávamos a foto em questão. Em seguida a palavra era dada a quem quisesse fazer outros comentários. Dessa forma o debate fluiu, foi dinâmico, participativo, teve energia, deixou as pessoas ligadas. E não ficou centrado apenas na mesa; evitar isso era um dos nossos principais objetivos.
Uma sincronicidade muito curiosa me chamou a atenção. Quatro livros (dois do Castello e dois do Eraldo) foram sorteados para a platéia. Todos os quatro ganhadores eram bem jovens, tipo vinte anos, e todos moradores de Pirenópolis. Fiquei reparando no primeiro sorteado: ele folheava, página por página, alisava as folhas e chegou a cheirar o livro...
O último sorteado foi também o último a falar. Ele encerrou o evento com chave de ouro, agradecendo pela oportunidade de reflexão e de troca de idéias; disse que estuda artes visuais em Anápolis e disse que as oportunidades de uma discussão desse tipo são muito raras. Imagino que, se são raras para nós, devem ser muitíssimo mais para ele... O rapaz foi aplaudidíssimo pelos fotógrafos."
Fotos gentilmente cedidas por Jorge Diehl(foto 1 e 3) e Hélio Rocha(foto2).