Olho para esta foto onde estou com o meu filho em seu aniversário. Ele aos sete anos, e lá se vão dois anos... O tempo passa, isto nos parece mais forte quando vemos uma imagem de um momento que já passou: a fotografia.
O instante do tempo é uma imagem, um objeto que possuo em minhas mãos. Muito mudou de lá para cá, a roupa está meio rota, meu filho trocou alguns dentes, cresceu, etc.
Eu sei que o fotógrafo foi o meu amigo Almir, mas não tenho a imagem dele me fotografando, nem na minha lembrança, mas tenho a imagem que ele fotografou.
Minha memória falha, a fotografia não perdoa.
Os balões que aparecem na fotografia tirada na festa de aniversário não existem mais nem lembranças, estiveram lá, soprei alguns, estão na fotografia em um testemunho de tempo e lugar.
Agora , com as possibilidades de manipulações digitais, fica mais fácil ter a imagem de meu amigo Almir Israel fotografando eu e meu filho. A fotografia pode então ser uma mistura de instantes distantes no tempo, pertencente a uma realidade acontecida ou inventada.
Fotografias são objetos, fruto de uma tecnologia, imagens são lembranças que trazemos e levamos, em nosso ser, uma bagagem se acumulando no tempo, espaço, em nosso viagem pela vida, a ocupar desordenadamente nosso inconsciente.
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